Como a China Ganhou Espaço Económico em Moçambique

22 May, 2025 | Economia

Histórico da Presença Chinesa em Moçambique

A relação entre Moçambique e a China tem raízes históricas profundas. A China foi uma das primeiras potências a apoiar a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) durante a guerra pela independência (1964–1974), fornecendo treinamento militar, armamentos e apoio diplomático. Esse apoio consolidou uma parceria que evoluiu significativamente ao longo das décadas.

Expansão Econômica no Pós-Guerra Fria

Com o fim da Guerra Fria e a abertura da China ao mercado global, Pequim começou a investir fortemente em países africanos, e Moçambique tornou-se um dos principais destinos. Essa expansão foi marcada por empréstimos bilaterais, acordos comerciais e grandes projetos de infraestrutura financiados e construídos por empresas chinesas.

Principais Setores de Atuação Chinesa

Infraestrutura: A China financiou e construiu pontes (como a ponte Maputo–Catembe), estradas, ferrovias, portos e prédios públicos em várias regiões do país.

Energia e Mineração: Investimentos significativos ocorreram em exploração de carvão, construção de barragens e centrais elétricas, com impacto direto na capacidade energética nacional.

Agricultura: Parcerias para o desenvolvimento agrícola, fornecimento de maquinaria e capacitação técnica também ganharam espaço em zonas rurais.

Comércio: A proliferação de produtos chineses e lojas em cidades moçambicanas simboliza uma presença cada vez mais visível no cotidiano econômico.

Impacto e Controvérsias

A presença econômica chinesa trouxe avanços em infraestrutura e dinamizou setores estratégicos. Contudo, surgiram críticas quanto à contratação limitada de mão de obra local, endividamento crescente e concorrência com pequenos comerciantes moçambicanos.

Conclusão

A China ganhou espaço económico em Moçambique por meio de uma combinação de laços históricos, investimentos estratégicos e projetos de grande escala. Embora existam desafios, essa parceria representa uma reconfiguração do papel da China no continente africano – cada vez mais como ator central na transformação econômica dos países em desenvolvimento.

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