Chineses estão a comprar casas e investir em terrenos em Moçambique

16 Jun, 2025 | Economia

Um Novo Movimento Imobiliário em Moçambique

Nos últimos anos, Moçambique tem assistido a um fenômeno crescente: cidadãos e empresas chinesas estão a investir fortemente no setor imobiliário, comprando casas, terrenos e até participando da construção de novos empreendimentos em cidades como Maputo, Beira e Nacala. Essa movimentação desperta tanto interesse econômico quanto preocupação social, especialmente sobre o acesso à terra e o impacto nas comunidades locais.

Por Que Moçambique?

Algumas razões que explicam esse movimento incluem:

  • Proximidade política e comercial entre Moçambique e China
  • Terrenos mais baratos e acessíveis do que em outros países africanos
  • Potencial de valorização nas zonas urbanas em crescimento
  • Expansão de zonas econômicas especiais com apoio chinês

Além disso, muitos empresários chineses que trabalham em projetos de infraestrutura ou mineração veem a compra de imóveis como uma forma de fixar raízes ou diversificar seus investimentos.

Casas, Terrenos e Megaempreendimentos

O investimento chinês não se limita a residências. Inclui:

  • Aquisição de terrenos agrícolas e comerciais
  • Construção de blocos habitacionais para aluguel
  • Desenvolvimento de centros comerciais e industriais
  • Parcerias em projetos de habitação social

Em alguns bairros de Maputo, por exemplo, já é comum ver edifícios inteiros construídos por construtoras chinesas, com apartamentos vendidos tanto para estrangeiros quanto para moçambicanos.

Impactos Econômicos e Sociais

Pontos positivos:

  • Estímulo ao setor da construção civil
  • Geração de empregos diretos e indiretos
  • Aumento da oferta de habitação urbana

Pontos de atenção:

  • Acesso desigual à terra para a população local
  • Pressão sobre comunidades e pequenos agricultores
  • Possível elevação artificial dos preços imobiliários

Existe Regulação?

Moçambique possui leis de terra específicas: a terra é propriedade do Estado, e estrangeiros só podem usar terrenos por meio de Direitos de Uso e Aproveitamento da Terra (DUAT). No entanto, há relatos de irregularidades, intermediações mal explicadas e concessões questionáveis, o que exige maior fiscalização e transparência.

Conclusão

O crescente investimento chinês no setor imobiliário moçambicano é parte de um movimento global, mas que aqui adquire características próprias. Cabe ao governo, sociedade civil e setor privado garantir que esses investimentos tragam benefícios equitativos, respeitando o direito à terra das comunidades e promovendo o desenvolvimento urbano sustentável.

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