A Corrida Africana Pela Energia Solar Já Começou
Com o avanço das mudanças climáticas e a necessidade urgente de eletrificação sustentável, a energia solar tornou-se a aposta do momento na África. E quem está liderando os investimentos? A China. Angola e Nigéria já assinaram megaprojetos solares com empresas chinesas, enquanto Moçambique, apesar do enorme potencial solar, segue em ritmo lento.
Angola e Nigéria na Frente
Ambos os países fecharam acordos bilionários com empresas como PowerChina, Huawei Solar e LONGi para:
- Construção de parques solares de larga escala
- Eletrificação rural e industrial com painéis solares
- Formação técnica e transferência de tecnologia local
Angola, por exemplo, vai instalar 370 MW de energia solar até 2025. A Nigéria, com apoio chinês, avança em projetos híbridos que combinam solar com baterias de lítio.
Moçambique: Potencial Gigante, Avanço Lento
Moçambique possui altos índices de radiação solar, especialmente nas províncias de Gaza, Inhambane e Tete. No entanto:
- Ainda depende fortemente de hidrelétricas e combustíveis fósseis
- Poucos projetos solares saíram do papel
- Falta clareza em políticas de incentivo ao investimento estrangeiro
- A burocracia e instabilidade regulatória afastam investidores
Mesmo com interesse chinês em atuar no país, a ausência de estrutura e estratégia nacional limita a concretização desses projetos.
O Que Moçambique Pode Fazer Agora?
- Rever políticas de licenciamento e concessão de terras
- Criar incentivos fiscais e garantias de financiamento verde
- Estimular parcerias público-privadas com empresas chinesas
- Investir na formação de jovens técnicos em energia solar
- Estabelecer uma agenda clara de transição energética
Conclusão
A China está pronta para investir onde há visão e estabilidade. Angola e Nigéria entenderam isso — e já colhem os frutos. Moçambique, com sua geografia privilegiada e relações sólidas com a China, não pode perder essa oportunidade. O futuro energético está no sol — mas ele precisa de ação política para brilhar.