Um Novo Movimento Imobiliário em Moçambique
Nos últimos anos, Moçambique tem assistido a um fenômeno crescente: cidadãos e empresas chinesas estão a investir fortemente no setor imobiliário, comprando casas, terrenos e até participando da construção de novos empreendimentos em cidades como Maputo, Beira e Nacala. Essa movimentação desperta tanto interesse econômico quanto preocupação social, especialmente sobre o acesso à terra e o impacto nas comunidades locais.
Por Que Moçambique?
Algumas razões que explicam esse movimento incluem:
- Proximidade política e comercial entre Moçambique e China
- Terrenos mais baratos e acessíveis do que em outros países africanos
- Potencial de valorização nas zonas urbanas em crescimento
- Expansão de zonas econômicas especiais com apoio chinês
Além disso, muitos empresários chineses que trabalham em projetos de infraestrutura ou mineração veem a compra de imóveis como uma forma de fixar raízes ou diversificar seus investimentos.
Casas, Terrenos e Megaempreendimentos
O investimento chinês não se limita a residências. Inclui:
- Aquisição de terrenos agrícolas e comerciais
- Construção de blocos habitacionais para aluguel
- Desenvolvimento de centros comerciais e industriais
- Parcerias em projetos de habitação social
Em alguns bairros de Maputo, por exemplo, já é comum ver edifícios inteiros construídos por construtoras chinesas, com apartamentos vendidos tanto para estrangeiros quanto para moçambicanos.
Impactos Econômicos e Sociais
Pontos positivos:
- Estímulo ao setor da construção civil
- Geração de empregos diretos e indiretos
- Aumento da oferta de habitação urbana
Pontos de atenção:
- Acesso desigual à terra para a população local
- Pressão sobre comunidades e pequenos agricultores
- Possível elevação artificial dos preços imobiliários
Existe Regulação?
Moçambique possui leis de terra específicas: a terra é propriedade do Estado, e estrangeiros só podem usar terrenos por meio de Direitos de Uso e Aproveitamento da Terra (DUAT). No entanto, há relatos de irregularidades, intermediações mal explicadas e concessões questionáveis, o que exige maior fiscalização e transparência.
Conclusão
O crescente investimento chinês no setor imobiliário moçambicano é parte de um movimento global, mas que aqui adquire características próprias. Cabe ao governo, sociedade civil e setor privado garantir que esses investimentos tragam benefícios equitativos, respeitando o direito à terra das comunidades e promovendo o desenvolvimento urbano sustentável.