China e BRICS+: Liderança em Expansão
Com a recente ampliação do bloco BRICS – agora chamado informalmente de BRICS+, com novos membros como Egito, Etiópia, Irã e Argentina -a China reafirma seu papel como líder estratégico entre as economias emergentes. Como maior economia do grupo e potência geopolítica crescente, a atuação chinesa molda diretamente os rumos e prioridades do bloco.
O Que São os BRICS+?
Inicialmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o BRICS surgiu como uma alternativa ao sistema financeiro global dominado por instituições ocidentais. A chegada de novos membros em 2024 transformou o grupo em uma aliança econômica e política mais robusta, buscando:
- Reformar o sistema multilateral (ONU, FMI, OMC)
- Criar instrumentos financeiros independentes (como o Novo Banco de Desenvolvimento)
- Fortalecer o comércio Sul-Sul
- Garantir voz política aos países em desenvolvimento
A China Dentro dos BRICS+
A China é o motor econômico do grupo, contribuindo com:
- Financiamento de grandes projetos de infraestrutura
- Tecnologia e inovação em energia, telecomunicações e transporte
- Estímulo ao uso de moedas locais no comércio internacional, reduzindo a dependência do dólar
- Diplomacia ativa para atrair mais países ao bloco
Ao mesmo tempo, Pequim tenta evitar o protagonismo absoluto, preferindo construir consensos e manter a estabilidade interna do grupo.
O Que Isso Significa para Países em Desenvolvimento?
1. Acesso a Financiamento Alternativo
Com o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), países como Moçambique podem acessar recursos para projetos de:
- Energia
- Saúde
- Transporte
- Agricultura sustentável
Sem as exigências rígidas dos bancos tradicionais ocidentais.
2. Mais Voz no Cenário Global
A China apoia a ideia de um mundo multipolar. Com os BRICS+, nações do Sul Global ganham espaço de decisão, influenciando pautas como mudanças climáticas, dívida externa e comércio justo.
3. Cooperação Tecnológica e Educacional
Através dos BRICS+, a China pode expandir programas de:
- Bolsas de estudo
- Transferência de tecnologia agrícola
- Parcerias em inovação digital
Esses programas beneficiam países africanos e latino-americanos que antes estavam fora dos circuitos globais de pesquisa.
Riscos e Desafios
Apesar dos benefícios, também há desafios:
- Risco de dependência excessiva de investimentos chineses
- Assimetria entre os membros (China muito mais poderosa que outros)
- Dificuldade de alinhar interesses políticos diversos
- Pressão geopolítica de blocos ocidentais
Conclusão
O papel da China nos BRICS+ é central, e seus efeitos já começam a ser sentidos em países em desenvolvimento. Para nações como Moçambique, essa é uma janela de oportunidade única para diversificar parcerias, acessar financiamento e participar de uma nova ordem global – desde que com estratégia, equilíbrio e foco no desenvolvimento sustentável.